Houve sempre alguém que durante a guerra colonial (para o bem e para o mal), influenciou as decisões de terceiros e o resultado dessas decisões.
Este post é dedicado ao condutor Moreno (Campos) pela sua coragem que sempre demonstrou e pela importância que teve na história que vos vou contar.
Chegou a notícia a Mecula que tinha rebentado uma mina na picada de Mussoma / Mecula, havia feridos para evacuar e uma Berliet para rebocar.
Chegou a notícia a Mecula que tinha rebentado uma mina na picada de Mussoma / Mecula, havia feridos para evacuar e uma Berliet para rebocar.
O furriel mecânico Antunes pede ajuda, fomos com ele.
Nestas situações, perdia-se a cabeça, arriscava-se demasiado ninguém queria perder tempo (complexo de bombeiro) havia vidas para salvar.
Com alguma dose de irresponsabilidade à mistura, colocavam-se em perigo outras vidas.
Geralmente fazia-se REVIS de cima da Berliet, seguindo a continuidade das marcas dos rodados nos trilhos. Uma autêntica loucura.
Corremos ao encontro da coluna e "fintamos" uma mina!
Ao longo do trajecto fizemos vários desvios, sempre que havia dúvidas na falta de continuidade das marcas dos pneus.
No exemplo da figura anexa, ainda hoje não temos a certeza se o Moreno fugiu da poça de água ou se desconfiou da possibilidade de haver ali uma mina.
Chegados ao ponto de encontro das colunas, perguntamos pelos feridos.
Resposta: Já foram evacuados para Mussoma, agora vocês rebocam para lá esta viatura minada.
Perguntaram: Não encontraram mais minas? Como vieram?
Informamos o CMDT da coluna que fizemos vários desvios, a picada não estava limpa.
Ele disse-nos: Vamos picar uns kms agora já não temos pressa!
Ainda bem que o fizeram, passados poucos kms lá estava a mina junto à poça de água.
No nosso regresso a Mecula, ao depararmos com a cratera na picada... nem queríamos acreditar... meu Deus o Moreno tinha fintado uma mina!
Esta mina ficava "esquecida" se a coluna passa (pelos novo trilho) sem picar. Mais tarde podia fazer estragos... era uma mina relógio...mas não era uma mina de carretos.
Resposta: Já foram evacuados para Mussoma, agora vocês rebocam para lá esta viatura minada.
Perguntaram: Não encontraram mais minas? Como vieram?
Informamos o CMDT da coluna que fizemos vários desvios, a picada não estava limpa.
Ele disse-nos: Vamos picar uns kms agora já não temos pressa!
Ainda bem que o fizeram, passados poucos kms lá estava a mina junto à poça de água.
No nosso regresso a Mecula, ao depararmos com a cratera na picada... nem queríamos acreditar... meu Deus o Moreno tinha fintado uma mina!
Esta mina ficava "esquecida" se a coluna passa (pelos novo trilho) sem picar. Mais tarde podia fazer estragos... era uma mina relógio...mas não era uma mina de carretos.
Quando o Moreno não levasse galinhas (ele cobrava os fretes), é porque o povo (***) não quis ir com ele na primeira viatura.
Dizia o Moreno: Furriel, hoje não levo "malaco", mande picar vai haver minas!
Dizia o Moreno: Furriel, hoje não levo "malaco", mande picar vai haver minas!
O Moreno já faleceu, vítima de doença prolongada. Paz à sua alma.
(***)
( O teste ao povo era uma maneira eficaz de obter informações de última hora. Quando se negassem a subir para a rebenta minas, havia minas de certeza. Como era proibido viajar pessoas na primeira viatura... pelos motivos conhecidos .... passados poucos kms mudava-mos os passageiros para as outras viaturas. O teste já estava feito.)
Um texto de:
Ernesto Fernandes
Ex-furriel miliciano sapador do BCaç.2914
Um texto de:
Ernesto Fernandes
Ex-furriel miliciano sapador do BCaç.2914
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