quarta-feira, 29 de julho de 2009

As capelas de Mecula

A capela de Santa Bárbara de Mecula, padroeira dos Artilheiros


A capela deu lugar à "igreja" de Mecula no "reinado" do BCaç. 2836.

Fomos investigar e ...

O Santo padroeiro dos Caçadores é Santo Huberto, vai daí a "tentação" de construir uma "igreja e casa paroquial", no lugar onde os Artilheiros tinham deixado uma pequena capela!
O BCaç. 2836 é um batalhão de Caçadores. É o primeiro batalhão que tem a CCS em Mecula.
Naturalmente, a capela era pequena para a missa dominical.
Se outras razões houver, que justifiquem a mudança da padroeira, façam o favor de se pronunciarem os visados!



Os Batalhões que vieram depois de 1969, plantaram bananeiras, fizeram o jardim, transformaram a "igreja" num verdadeiro Paço Episcopal !
O padre Zé Maria do BCaç. 2914, dizia que vivia, ali em Mecula, como se fosse Bispo!

Na última viagem do nosso "freelancer" ( Junho 2009) não foram colhidas imagens deste edifício, pode acontecer que tenham sido "apagados" todos os símbolos cristãos, uma vez que Mecula é uma comunidade muçulmana.
A todo o tempo, vamos confirmar!

As fotos mais antigas foram enviadas por Júlio Marques - BCaç. 2836.

Santa Bárbara de Mecula



Há quem só se lembre de Santa Bárbara "quando toa"... em português mais escorreito quer dizer quando há trovoadas por perto!
Porque uma capela a Santa Bárbara em Mecula?

Fomos investigar e ....

"Santa Bárbara é uma santa cristã comemorada na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa, que foi mártir no século terceiro. É considerada a protectora contra tempestades, raios e trovões.
Comemora-se no dia 4 de Dezembro de cada ano.
Santa Bárbara passou a ser conhecida como protectora contra os relâmpagos e tempestades.
Santa Bárbara é considerada a Padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com fogo" - (fim de citação).

A CArt 636 (Companhia de Artilheiros) mandou erguer uma capela à sua santa padroeira, está justificada a escolha de Santa Bárbara!

A foto da capela, (um documento histórico), foi enviada por Júlio Marques do BCaç. 2836.

Gente que deixou marcas



Passados quarenta anos, estamos a escrever a história militar de Mecula, podemos constatar que houve gente que por aqui passou e deixou as suas marcas.

Como dizem os alemães de Colónia:
VUN NIX KUTT NIX !.. (Do nada nada sai..... há sempre alguém responsável pelo acto criativo, há sempre autores para as obras !)

O post de hoje é dedicado aos valorosos "Caçadores" do BCaç. 2836 pela obra feita e que marca o antes e o depois da sua passagem por Mecula.

Diz o ditado popular: "Atrás de nós virá, quem de nós falará!"
Todo o nosso bem estar (dos combatentes que estiveram em Mecula depois de 1969), se deve ao trabalho e dedicação de quem deixou obra feita.
Obrigado, "Caçadores" do 2836!

Para fechar o post publicamos o testemunho, de Júlio Marques, onde refere as obras:

Orgulho-me muito do que o BCaç 2836 fez em Mecula. Ainda hoje, as obras que deixamos, falam por nós (a Escola-Capela, as casas das famílias dos militares (que aqui chamam Flats); a reconstrução e ampliação da capela militar, o bar do soldado, a oficina de mecânica, a recuperação do campo de futebol e a construção duma bancada em bambu, a instalação de dois geradores que passaram a fornecer energia eléctrica para o quartel e para o aldeamento 24 horas por dia, a recuperação do monumento aos mortos da 1ª Grande Guerra.

Aquando chegamos, na época das chuvas, as picadas e as pontes estavam em muito más condições. A nossa engenharia, os valentes sapadores, tiveram, durante todo o tempo que estivemos em Mecula, um trabalho árduo para que as pontes e picadas ficassem mais transitáveis.

O batalhão estava muito bem organizado, todos sabiam o que tinham a fazer. Os nossos caçadores eram muito respeitados pelo inimigo, evitavam o confronto directo (emboscadas ou ataques a instalações) limitando-se à colocação de minas nas picadas. Os muitos dos confrontos que tivemos foi por iniciativa nossa, com constantes operações onde menos eles esperavam.

Hoje mando algumas fotografias que ilustram o difícil trabalho dos sapadores.

Julio Marques - BCaç. 2836

terça-feira, 28 de julho de 2009

Minas, armadilhas e criatividade latina !

Já não bastavam as minas para dar cabo das nossas "Berliets", só faltavam agora estas "pontes armadilhas" para nos pregarem grandes sustos.
Pela posição da viatura não deve ter morrido ninguém (grande sorte)... houve ali um pauzinho que fez o milagre!
Ao checa e ao borracho, Deus põe a mão por baixo!
Os leitores deste blogue, que não foram à guerra, já algum dia imaginaram passar com uma viatura carregada com bidons de gasolina ou gasóleo por cima destas pontes ?



Depois do sucedido, a primeira coisa que nos podia vir à ideia era pegar no rádio "Racal" chamar a Força Aérea e pedir o auxílio de um Puma !
No exército de um "Império Colonial", seria o mínimo que se podia exigir !


Na falta dos tais meios aéreos, também se podia mandar um rádio ao sargento mecânico instalado no quartel de Mecula. O seu camião_grua também seria uma boa solução para este problema !



A realidade era bem diferente, estas são as imagens reais:
Nem dá para acreditar, aqueles "rapazes latinos" do BCaç. 2836 puseram a sua "criatividade a funcionar". Debaixo do perigo, frente à morte, na luta pela sobrevivência... com uns troncos e (talvez..??) com a ajuda de alguma "Berliet_irmã_gémea" da acidentada conseguiram colocar a viatura em terra firme!
Era assim, todos os dias, em todos os lugares!


Este exemplo espelha bem, os perigos, os sacrifícios, as dificuldades a que esteve sujeita toda uma geração que passou pela guerra colonial.
Estas são imagens reais de cenas da guerra, bem diferentes das que estamos habituados a ver nos nossos televisores e no cinema.

Estas duas fotos, da Berliet, são uma preciosa colaboração para o blogue de Júlio Marques do BCaç. 2836.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Craques de Nantuego - (CCaç. 2707)

De pé e da esquerda para a direita: Higino, Silva, Louro, Miranda.
Na primeira linha: Fonseca, Lourenço, Morais, Rui Rodrigues.


O regulado de Nantuego é uma povoação muito antiga, já referida por Henrique Galvão na Ronda de África como as terras do fim do mundo... mas haverá algum local do planeta onde não se jogue à bola?
Nem sempre os clubes de Lisboa mantiveram os seus "olheiros" atentos... teriam encontrado nos "Craques de Nantuego" as vedetas que tanto tem precisado!

Esta foto faz parte da colecção enviada pelo nosso amigo Alferes Morais (CÇaç. 2707).

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O pelotão do Alferes Morais (CCaç. 2707)

O post de hoje é dedicado ao saudoso Melo, um dos camaradas que veio a falecer em combate por Portugal.
Paz à sua alma !
A homenagem de um vizinho do Melo, no Arquivo da Serra


Na cabine da viatura podemos ver o alferes Morais, de lenço ao pescoço, com as suas tropas em viagem de Nantuego para Gomba.


Estas fotos fazem parte da colecção enviada pelo nosso amigo Alferes Morais (CÇaç. 2707).

quinta-feira, 16 de julho de 2009

De alguém que estava em Gomba...

O alferes miliciano Vieira



Miranda estava lá e escreve assim:

A história completa, ler aqui no Arquivo da Serra


EM MEMÓRIA DO ALFERES
VIEIRA


Prometi voltar…
.........................

Em dia fora de calendário da ida de avião com correio e “frescos”, ouve-se ao longe o ruído de uma aeronave. Gera-se a habitual confusão da surpresa mas rapidamente se monta a respectiva segurança à pista para que o “pássaro” pouse sem problemas. Nele vinham três pessoas; o piloto, o nosso Comandante de Batalhão Major Barata Alves e o Vieira. Fiquei todo contente com a surpresa. Depois de cumpridas as formalidades habituais, disse: Até que enfim Vieira, já estou farto de fazer de Alferes!

Com o seu peculiar sorriso de orelha a orelha, respondeu: Isso querias tu, eu só venho passear! Também já estou farto de Mussoma!


......................

Dramática e ao mesmo tempo curiosa, foi a maneira como eu tive conhecimento do sucedido. Só duas ou três semanas depois, com a chegada de férias do Administrador de Posto (o Chinês), em conversa à mesa falou-se no nome do Vieira e, espontaneamente o Administrador pergunta/afirma: “O que morreu no avião?!”…

VIEIRA, SEREMOS CAMARADAS E AMIGOS PARA SEMPRE! DESCANSA EM PAZ !

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O comboio que nos levou à guerra !

Em Abril de 1970, ainda havia comboios a vapor em Chaves. Foi no conhecido "Texas", um comboio que ligava Chaves à Régua ( 97 Km de curvas e contra curvas), que viajou o BCaç. 2914 a caminho de Moçambique.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Comandante do Candulo (1970-1972)

O Cmdt do Candulo, no período de 1970-1972, foi o capitão Sousa Ferreira.
COORDENADAS do CANDULO: 12 04 12 S 36 59 38 E


Sousa Ferreira, Coronel na reserva, tem estado presente em todos os Convívios Anuais da CCaç.2706 - (BCaç.2914).


A foto do quartel foi recolhida na internet, publicada por Orlando Azevedo .

Ponte do rio Chiulézi

O operacional Fotocine quando ía dar cinema ao "teatro" (de guerra) do Chiulézi.

Foto disponibilizada por Fernando Ferreira ( Fotocine ).

domingo, 12 de julho de 2009

Capitães de Mecula (1970-1972)

O Cmdt da CCaç. 2707 e o Cmdt da CCS do BCaç. 2914


Rui Rodrigues, Coronel na reserva, é uma figura pública conhecida, participou activamente na Revolução de 25 de Abril de 1974.

Assim consta nos documentos históricos:
Dia 25
04h20 - A coluna da EPI, comandada pelo capitão Rui Rodrigues, assume o controlo do Aeródromo Base nº 1 (Figo Maduro) e do Aeroporto de Lisboa.
http://www.instituto-camoes.pt/revista/cronologia.htm
http://www.25abril.org/

José Fausto Dias de Carvalho, ex-capitão miliciano, Cmdt da CCS do BCaç. 2914, foi funcionário do Banco de Portugal - Balcão do Porto até à idade da reforma.
Veio a falecer no ano de 2008, vítima de doença prolongada.
Paz à sua alma!

Vendendo a ideia do Blogue!

Diz o Miranda: não acreditem, essa ideia do blogue é só "papaias".... já o Veiga escuta atentamente e "tenta" acreditar que um dia o Serra Mecula esteja na blogosfera!

O post de hoje é dedicado ao Miranda e ao Veiga, são dois homens da organização responsáveis pelos Convívios Anuais. Miranda pela CCaç. 2707 e Veiga pela CCaç. 2706.

sábado, 11 de julho de 2009

Antigo campo de milho

Esta torre de vigia, foi construída antes de 1970. Que boa argamassa e que bons "trolhas" trabalharam nela, para a obra ainda estar neste estado em Junho de 2009.
Do lado direito da torre são as Flats, e do lado esquerdo da torre existiu o melhor "campo de milho" de Mecula.
Um milho de regadio, coisa rara por estas terras, cuja produção depois da "desfolhada" no ano de 1971 deu para carregar um Unimog de espigas e fazer do moçambicano que trabalhava na machamba do quartel o "maior" produtor de milho do aldeamento!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O "derby" do esparguete



.........
Em duas mesas de dez elementos, com os números colados nas costas, estavam representadas as duas companhias aquarteladas em Mecula.
O furriel enfermeiro Castela colocou de prevenção a enfermaria, com maqueiros e enfermeiros equipados a rigor, não fosse o diabo tece-las e morrer alguém de congestão.
Quando o médico, Dr. Lima, foi informado do que se estava a passar no refeitório do rancho geral, o resultado já era um empate de cinco a cinco.... dez terrinas de esparguete e zebra já tinham sido "papadas". Logo de imediato o Doutor proibiu o vaguemestre de fornecer mais comida aos concorrentes.
..........

Tanto o Castela como o Martins, juraram que jamais voltariam a promover outro evento para o desempate. Quando verificaram que aqueles "comilões" não eram capazes de parar de comer enquanto houvesse zebra nos pratos!

Um "reco" na parada do quartel


...........
Chegou a Mecula, estacionou a viatura em frente à messe de sargentos e foi chamar o "pessoal" dizendo-lhes:
"Venham todos ver a surpresa que vos trago"!
Abre a capota, baixa o taipal e o "reco" descobre a liberdade e salta abaixo da viatura.
Foi um espectáculo fora do vulgar ver o "reco" a correr pela parada fora, com o Lourenço a gritar:
Agarrem o bicho.... não matem o bicho... quando já havia gente armada de G3 para todas as contigências caso ele passasse a barreira do arame farpado!

Foi melhor que S. Firmin de Pamplona... naquela festa onde soltam os touros na rua !

Num quartel com duas companhias onde a pasmaceira é enorme... qualquer acontecimento extra era sempre algo de especial. Neste caso não houve oficial, sargento, ou praça que não tentasse agarrar o bicho. Houve pegas de caras, pegas de cernelha e rasteiras com as botifarras!
.............

Quem todos os dias nos dava cabo do juízo, era o nosso Cmdt de Batalhão - major Barata Alves - dando-nos prazos para matar o porco!
De facto ele tinha razão, no quartel havia: um cão, um macaco e agora um "reco"... aquilo estava a tornar-se um jardim zoológico!

Um conto de:
Ernesto Fernandes
Ex- Furriel Miliciano Sapador de BCaç. 2914

Um macaco chamado "Chico"


Este post é dedicado aos filhos do Sargento Esteves ( mecânico da CCS do BCaç. 2914). Os miúdos moraram nas flats de Mecula, o pai levava-os a passear ao quartel para verem o "Chico".
Consta-se que o "Chico", quando solto... fazia fugir multidões... e então os moçambicanos que trabalhavam no quartel entravam em pânico!

Foram aqueles "miúdos" (daquele tempo) que se lembraram... do "Chico". Por sorte, o gestor do blogue foi ao arquivo arranjou uma foto do bicho a fazer a continência!
Aqui fica para a história, a foto "militar" do "Chico" !

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um cão chamado Mecula

Outra foto, do Mecula, de perfil.


O Brilhantino (Pelrec) acompanhado do cão Mecula


O post de hoje é dedicado ao Mecula. "O cão do quartel que foi morto a tiro por um soldado que estava de guarda, mas que adormeceu. Quando foram passar a ronda e o cão se chegou ao pé dele, ele assustou-se e matou-o".

Afinal quem matou o cão?

Agora veio-me à memória a história do Mecula, depois da família do Sargento Esteves (chefe da malta de ferrugem de Mecula - BCaç. 2914), ter enviado um mail ao nosso blogue a lembrar esta história do cão.
Obrigado, amigo Esteves!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Museu militar de Mecula

Aqui está uma imagem recente da "parada do quartel" de Mecula, onde centenas (talvez milhares) de militares passaram um ou dois anos de sua vida!
Foi aqui que conheceram os seus melhores amigos, foi aqui tiveram a notícia da morte de alguns dos seus camaradas, foi aqui que apreenderam a dar valor à vida!
Foi aqui que se escreveram cartas e juras de amor!
Foi aqui que beberam para esquecer... foi aqui que contraíram o "stress pós traumático" de que hoje sofrem!
Foi daqui que regressaram vivos... e hoje podem recordar esta imagem, trinta e cinco ou quarenta anos depois (depende do batalhão) e ver como aquelas árvores cresceram tal como eles estão a ficar velhos!

Tal como todos aqueles que ainda hoje estão vivos, também este antigo quartel está "vivo", há gente que vive e trabalha aqui nesta data - 26 de Junho de 2009!

Os meus parabéns para as autoridades oficiais de Mecula, por conservarem o quartel dando-lhe a utilidade que ele pode comportar... fazendo dele um "verdadeiro museu militar" de Mecula.
Mecula é uma terra com história, e a história nunca se apaga!
O colonialismo existiu, a guerra colonial passou por aqui, assim como a luta pela libertação do Povo de Moçambique.
O quartel é um marco desse pedaço de história.

Obrigado, Povo de Mecula!
Ernesto P. Fernandes
Ex- Furriel Miliciano Sapador do BCaç. 2914

Mecula moderna

Na praça principal de Mecula, existe um novo monumento alusivo a um Congresso. Junto à antiga Administração Colonial - (na antiga carpintaria), avista-se agora um edifício novo (cor de rosa).

Esta foto foi tirada, em Mecula, no dia 26 de Junho de 2009.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Os pedreiros de Mecula

Esta pedra deu muito trabalhinho, mas conseguimos "levar a carta a Garcia"...


Duas alavancas de pedreiro, uma picareta, (ferramentas e a habilidade não faltavam) !



Os furriéis da CCS do BCaç. 2914, quando foram buscar a pedra para a "conhecida" obra do Castela...

O bar do Soldado


O bar ficava situado na frente do quartel, do lado esquerdo, logo a seguir à Enfermaria.

Neste local, funcionavam também as "Aulas do Rêpas". Pode ser lido aqui, no Arquivo da Serra, um texto sobre este assunto.

domingo, 5 de julho de 2009

O SPM de Mecula


Fernando Ferreira (Furriel Fotocine), de sargento dia, em frente do SPM ( Serviço Postal Militar), no tempo do BCaç. 2880.


Na primeira porta funcionava a Casa da Guarda, na segunda porta era o SPM, lá mais ao fundo a Enfermaria.

Esta foto foi tirada em 26 de Junho de 2009..... 35 anos depois de ter terminado a guerra!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mecula Aldeia Global





A partir do momento em que o nome de uma terra começa a ser indexado nos servidores da internet, essa terra torna-se numa Aldeia Global.
Mecula já era conhecida pela sua história militar e ultimamente como sede da Reserva do Niassa.

De agora em diante, com os nossos "posts" colocados na blogosfera, nada será como dantes. Esperamos continuar a cumprir a nossa divisa, - "para que a terra não esqueça"-, ajudando a projectar o nome de Mecula na cena internacional.

Em 1948 Henrique Galvão, na Ronda de África, escrevia sobre estas terras:
"Tudo nesta serra recatada e perdida em lonjuras do Niassa se junta para a tornar encantadora: o isolamento quase insular, a deliciosa movimentação do seu relevo, os seus silêncios profundos, uma espécie de virgindade selvagem, difícil, ainda quase inacessível. "

Durante o período da guerra colonial, esta terra fez "apaixonar" por África milhares de combatentes portugueses.

Nos tempos modernos quem visita terras de Mecula sente o mesmo fascínio, basta ler o relato de viagem do nosso "enviado especial" onde ele diz:
"Mecula estava no centro da Terra... a Serra ao lado dourava-se com os primeiros olhares do sol, o nevoeiro disperso aqui e ali pintavam o quadro de magia. Acendi o lume e fiz meu café enquanto contemplava o Cenário. A população vive de uma agricultura de subsistência e em conflito constante com a Natureza. O parque proíbe a caça e homem e elefante disputam o território, sempre com vantagem para o Paquiderme. Estima-se que na Reserva existam milhares de elefantes, muitos leões, leopardos, búfalos, zebras, e milhares de outras espécies de antílopes. O rio Lugenda tem muitos hipopótamos e crocodilos."

Mais palavras para quê?
Mecula é terra de boa gente. Tem os moçambicanos em Mecula, a sua "galinha dos ovos de ouro"! Passo a passo, com calma, esperamos que saibam tirar proveito dela em benefício das suas populações locais e consigam um dia classificar este tesouro como PATRIMÓNIO da HUMANIDADE.

As FLATS - das famílias dos militares

Alguém se lembra... de ter vivido aqui, um ano, dois anos, neste "oásis" dentro da guerra?


Muitos de nós comemos MANGAS, pela primeira vez na vida, colhidas desta mangueira. Já, naquele tempo, era uma árvore enorme e agora com mais 40 anos tem este porte.


Estas "casinhas" já tinham água canalizada e outros luxos, eram inicialmente forradas com canas de bambu para fazer sombra.
Foram construídas pelos batalhões anteriores ao BCaç. 2914. Em 1970 apenas fizemos obras numa casa com blocos fabricados e cozidos em forno cerâmico construído no quartel.


Os moçambicanos de Mecula foram inteligentes, não destruíram nada, aproveitaram muito bem as estruturas existentes. Como se pode ver nas imagens, as casas ainda estão com muito bom aspecto. É preciso não esquecer que estas construções tem mais de quarenta anos!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A guarita da porta de armas

Foto recolhida na internet, publicada por alguém do BArt 3887



O brasão do BArt. 3887, na guarita da porta de armas, (foto obtida pelo nosso "freelancer" em 26/06/2009)


Meus caros "Visitantes da Serra" já passaram 35 anos... quantos monumentos nacionais temos em Portugal muito menos conservados?

Não há por aí uns mecenas do BArt. 3887 que dispensem uma latas de tinta?
Quem foi o autor do projecto desta "obra de arte" faça favor de se pronunciar...