Não devia haver própriamente um aldeamento em Mecula. O povoamento do território moçambicano não contemplava os aldeamentos tal como nós os conhecemos. As populações construíam as suas habitações junto das machambas, quando muito os vizinhos eram pessoas da mesma família.
Os Aldeamentos são uma "invenção" dos militares. Foram construídos na tentativa de garantir o controlo e a segurança as populações durante a "guerra colonial".
Os denominados movimentos de libertação aproveitaram-se da indignação das populações locais e batizaram os novos aldeamentos de "campos de concentração".
Óbviamente, as pessoas estavam habituadas a viver em plena liberdade sentiam-se agora limitadas nos seus movimentos e liberdades, vai daí o constrangimento que o aldeamento para elas representava. Não foi fácil a sua implementação.
O Aldeamento é uma forma de organização social que cria novos valores culturais e reforça o sentimento comunitário de viver em grupo mais alargado (bairro, aldeia, cidade).
O ordenamento do território em Aldeamentos, permite ao Estado fornecer os serviços básicos para a satisfação das necessidades primárias tais como: o fornecimento de água potável, as redes de esgotos, a distribuição de energia (electricidade) e das comunicações (telefone), prestação de cuidados de saúde e educação (escola).
A sociedade civil também aproveita o aldeamento para instalar as lojas comerciais (cantinas) e as oficinas artesanais de prestação de serviços e os mercados feira.
O único inconveniente é apenas a limitação do espaço urbano que cada um pode ter para construir a sua habitação. Um problema que não tinha quando construía a sua habitação (palhota) e as instalações para os animais domésticos no meio da machamba.
O ordenamento do território em Aldeamentos, permite ao Estado fornecer os serviços básicos para a satisfação das necessidades primárias tais como: o fornecimento de água potável, as redes de esgotos, a distribuição de energia (electricidade) e das comunicações (telefone), prestação de cuidados de saúde e educação (escola).
A sociedade civil também aproveita o aldeamento para instalar as lojas comerciais (cantinas) e as oficinas artesanais de prestação de serviços e os mercados feira.
O único inconveniente é apenas a limitação do espaço urbano que cada um pode ter para construir a sua habitação. Um problema que não tinha quando construía a sua habitação (palhota) e as instalações para os animais domésticos no meio da machamba.
Por mais estranho que possa parecer, são os mesmos dirigentes políticos que outrora condenavam os Aldeamentos quem tem estado a promover a sua construção !
Numa sociedade moderna da qual se espera que satisfaça as necessidades das pessoas, os aldeamentos são um bem necessário.
Ainda bem que as autoridades moçambicanas, assimilaram depressa o conceito !
Um texto de:
Ernesto P. Fernandes
Ex-furriel miliciano sapador do BCaç. 2914
Um texto de:
Ernesto P. Fernandes
Ex-furriel miliciano sapador do BCaç. 2914
Ernesto Fernandes, veterano de guerra,
ResponderEliminarSe me dá licença, esclareço: os aldeamentos não foram "uma invenção dos militares".
Tanto em Angola, como em Moçambique (e, depois, na Guiné), tanto a iniciativa como a execução dos aldeamentos (ou reordenamento populacional), esteve a cargo dos respectivos governadores distritais, sob supervisão dos governos provinciais. Às Forças Armadas, foram acometidas responsabilidades de construção/manutenção e defesa.
Cpts,
Abreu dos Santos
se fizermos o link sobre "campos de concentração" conduz-nos a um texto de Azenha Pires onde se diz:o Governo da Província elaborou um plano de construção de aglomerados populacionais...
ResponderEliminarIsso já nos sabíamos...
O comentário do sr.Abreu dos Santos faz todo o sentido no que se refere às responsabilidades concretas de quem tinha a tutela para decidir sobre esse assunto.
Quando dizemos que "os Aldeamentos são uma invenção dos militares", estamos a falar de ESTRATÉGIA e DOUTRINA militar.
Todos sabemos as razões porque foram construídos, concerteza que naquela época não se faziam aldeamentos só para instalar as tais infraestruturas de saneamento básico...
Cumprimentos
Ernesto Penedones