segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Uma marca do BArt 3887





Trinta e sete anos depois de outro Natal, a guarita da porta de armas que o BArt 3887 ali deixou permanece em pé !
É uma marca deixada por aqueles Visitantes da Serra e que o Povo de Mecula conservou porque a História nunca se deve apagar !
O colonialismo existiu, é um facto histórico, outros Povos exerceram a soberania sobre os territórios africanos. Há sempre algo que fica... no nosso caso português, deixamos a nossa cultura e a LÍNGUA PORTUGUESA em vários continentes e disso sentimos orgulho.

Daqui e agora um grande abraço para o Povo Moçambicano.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal 2009















Também vim visitar a Serra...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

MECULA 2009 - Postal de Boas Festas


Com este postal, da avenida nova de Mecula, desejamos (a todos os Visitantes da Serra) as Boas Festas e um Feliz Natal 2009.

Quem diria que o "polígono" militar de Mecula se havia de tornar no "campus" escolar do distrito!
(Click na foto para ampliar)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O NATAL no Mato (1970)

O Trovador do Chiulézi (saudoso Pedrosa) descreveu nas suas memórias, o seu primeiro Natal vivido no Chiulézi no ano de 1970.

Capítulo XXV - O Natal no mato

Depois de umas valentes centenas de quilómetros calcorreados pelo mato fora, uns mortos e alguns feridos à nossa volta, umas colunas de e para Marrupa e a malvada protecção à Companhia de Engenharia n.º 2686 sempre perigosa, já que, devido ao barulho desenvolvido pelos motores das viaturas de escape livre e das niveladoras, retroescavadoras e outras máquinas, nós estávamos sempre detectados pelo inimigo, lá chegou o tempo do Natal. O calor – Dezembro é Verão em Moçambique – a ausência das canções e do ar que esta quadra põe nas nossas longínquas terras nada o fazia lembrar ali, nos confins agressivos de capim e árvores a perder de vista. O medo de que os terroristas aproveitassem a época para nos fazer ver que ali não era o nosso lugar redobrou a atenção posta no horizonte sempre mudo.
Apesar de todas estas contrariedades, na noite-cedo-ainda-dia lá apareceu o bacalhau e pasme-se... batatas. Fomo-nos revezando dos postos de sentinela para a mesa grande previamente construída na parada ( um risco, dado o ajuntamento ) e lá se passou o dia 24 de Dezembro com o pensamento a voar para nossas casas e de certo com retorno. A tristeza era a única prenda no sapatinho.
Foi aqui que me lembrei do ano anterior em Chaves, que também estive de serviço. No dia de Natal de manhã com outro companheiro de infortúnio saí do quartel com a ideia fixa de lá não voltar naquele dia, nem para comer. Vagueámos pelas ruas da cidade ,sós, no meio das famílias reunidas cujas gargalhadas se podiam ouvir através das paredes. Por volta da hora do almoço, contados os parcos tostões decidimos entrar numa taberna de portões grandes e verdes numa travessa junto ao largo principal. Auscultados os preços das latas de conserva decidimos a nossa ementa por umas ovas de bacalhau, vinho e pão. Vieram azeitonas e com um sorriso da boca grande juntaram a estas, rabanadas, filhoses, pão-de-ló caseiro, jeropiga, bolos secos e até uns rebuçados. A seguir vieram as latas de conserva, o pão e o vinho. De voz baixa interrogámo-nos como iríamos pagar aquilo tudo. Uns sons melodiosos começaram a aproximar-se e um cortejo entrou tasca adentro tocando e cantando as janeiras. Um violino, uma trompete, uma gaita de foles e uma caixa que marcava o ritmo. Uma voz afinada desfiava canções populares. O frio cortante não nos deixava esquecer os 2 graus negativos e só a lenha na lareira à nossa frente o conseguia contrariar. Acabada a música foram distribuídos os copinhos de jeropiga e uns bolos. Lá seguiram a via sacra, de baiúca em baiúca com o som de Natal.
Entretanto acabado o repasto possível, chamámos o rapaz e com a voz a não querer sair perguntámos quanto era a despesa. Resposta pronta: - Boas Festas é o que lhes desejamos.
Retorquimos que ao menos o que tínhamos pedido mas em vão. – Não pagam nada! São militares, estão longe das famílias e a única coisa que podemos fazer é isto! Boas Festas. Se quizerem mais alguma coisa... E à nossa resposta de não obrigado, veio à mesma o presunto, com uma faca, mais pão e vinho. Esta gente é única.
Chamaram-me para ir render as sentinelas. E a realidade estava ali, mas mantive um sorriso de contentamento pelo Natal anterior.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Viagens do Candulo para Chamba

O objectivo era chegar aqui, a esta linda aldeia fronteiriça situada nas margens do Rio Rovuma.


A viatura não era anfíbia. Mesmo assim, o Unimog Mercedes conseguia passar em todo o lado... até trabalhava dentro de água !

Passar o rio Chiulézi, mesmo quando a corrente tudo arrasta, era mais um dos perigos da viagem contudo o importante era chegar vivo a Chamba !


O alferes Orlando Azevedo também teve aqui, nesta picada, a sua primeira "prenda do IN" (uma berliet minada) numa das várias viagens que organizou a Chamba.


Atascar no tempo das chuvas era uma situação normal, bastava que o pessoal tivesse paciência.
O Unimog nunca chegava a ganhar raízes na picada !


O furriel Maduro parece estar admirado com o trabalho dos "artistas do IN" que dinamitaram a ponte nova sobre o rio Chiulézi .



Uma obra da engenharia militar com pilares de betão e vigas de ferro. Uma ponte que dava tanto jeito e estes "gajos do IN" resolveram fazer dela um monte de sucata.


Eram assim as viagens para Chamba (1970-1972). Quem por aqui andou e viveu ao vivo todos estes perigos sofreu bastante. As imagens mostram os diversos perigos e obstáculos que era preciso ultrapassar para chegar a Chamba.

As fotos pertencem à colecção de Orlando de Azevedo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Um dia no cinema de Mecula


Estava a sala cheia. O refeitório do rancho geral de Mecula era o palco escolhido. Na primeira plateia as caras conhecidas do "jet set" local e alguns camaradas do Candulo e Chiulézi em viagem por Mecula.
As senhoras dos oficiais que viviam em Mecula vestiam-se a rigor como quem vai ao S. Carlos em Lisboa. Uma ida ao cinema era dia de festa no aquartelamento.
Por todas estas razões e com as expectativas tão altas nada podia falhar !
Os filmes eram de 16 mm e tinham o som gravado numa faixa da fita. A leitura do som era feita por uma célula fotoeléctrica.
Esta explicação técnica só faz sentido para os leitores do blogue perceberem a cena que vos vou contar.
Iniciada a sessão de cinema, a multidão começa a fica "quente" de euforia... e de repente funde-se a lâmpada que ilumina o som. Passamos a cinema mudo !
Faz-se logo o primeiro intervalo... apesar dos protestos ... o fotocine consegue disfarçar a avaria.
E agora?
Não há lâmpada de reserva... a última tinha fundido a semana passada, a irregularidade da corrente dos geradores provocava muitas avarias no material.
Sem que ninguém se aperceba do sucedido... o fotocine chama um soldado moçambicano conhecido pelo 120 e ordena-lhe que segure a lanterna com mão junto à máquina de projecção do filme para iluminar a leitura da célula !
O rapaz começa a ficar com o braço cansado, treme, treme com a mão e a lanterna de vez em quando foge de sitio exacto. A lanterna começa a ficar fraca.
O fotocine tenta disfarçar a avaria... coloca o som no máximo... e com aqueles tremeliques o som vai ficando rouco e tremido... mas o 120 tem de aguentar até ao fim.
O rapaz sua as estopinhas... quer ir embora, e suspira: furriel, não dá para aguentar... tenho a mão muito cansada ! Aguenta que é serviço... no final do filme vais beber uma bazuca !
E lá teve que aguentar se quis dar de beber à dor !
Terminada a sessão o fotocine respira fundo, tinha acabado de passar o cabo das tormentas.. dirige-se à multidão pedindo "desculpa" em nome dos artistas a quem tinha pedido que falassem mais alto (para resolveram um problema de som) e pelo seu esforço acabaram por ficar roucos !
A maior parte dos presentes nem deu por nada... o som era horrível... mas quem está na guerra e vai ao cinema diverte-se com tudo.
Nas transmissões em directo os profissionais das televisões dizem que fazem umas habilidades... mas comparados com estes fotocines da guerra colonial... nada, nada que se compare !
Eram assim as sessões de cinema em terras de Mecula. Um dia o fotocine vai contar outras situações ainda mais caricatas.
Uma vez iniciada uma sessão de cinema, jamais algo a podia parar... só um ataque à morteirada era capaz de desmobilizar o pessoal !
Vocês os visitantes da Serra Mecula sabem do que estou a falar!

A foto é uma contribuição de José Saraiva
Um conto de:
Ernesto P. Fernandes
Ex- Furriel Mil. Sapador do BCaç. 2914

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Visita ao interior do Candulo - (1970-72)

Houve festa no Candulo, pelo menos nesse dia não faltou a cerveja !


O aquartelamento do Candulo, em 1970, era a casa da CCaç. 2706 do BCaç. 2914.


Outra imagem do aquartelamento

A parada do quartel, com aquele edifício das colunas, uma imagem inesquecível para quem por ali passou...

Os oficiais Rangers do Candulo e o médico dr. Lima.

As fotos fazem parte da colecção de Orlando de Azevedo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Unidades Militares de Mecula

Tem havido por parte de alguns camaradas a "reclamação" de que houve mais companhias em Mecula e não foram referenciadas na página principal do nosso blogue.
De facto houve várias companhias que estiveram em Mecula e não foram identificadas como companhia isoladas. São companhias que fazem parte dos batalhões que tiveram a sua CCS em Mecula.
A nossa intenção foi descrever a importância militar de Mecula e explicar como funcionava a "quadricula" da estratégia militar.
No ano de 1961, Mecula teve um destacamento com um pelotão da Companhia de Caçadores de Marrupa.
Seguem-se as companhias: Cart. 636, Cart. 1595, CCaç. 1653.
O primeiro Batalhão com a CCS em Mecula foi o BCaç. 2836, depois vieram: o BCaç. 2880, o BCaç. 2914 e finalmente o BArt. 3887.
O BCaç. 2914 além da CCS teve em Mecula a sua CCaç. 2707.
O BArt. 3887 teve também a CArt. 3558 em Mecula, o que significa que foi sendo sempre reforçada a presença de tropas neste teatro de guerra !

Resumindo: Começou com um pelotão, depois uma companhia, seguindo-se um batalhão !
Deve ter havido fortes razões para esta configuração... todos nós que lá estivemos conhecemos algumas das razões para o reforço militar !

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Visita à encosta da Serra Mecula

Os antigos fornos na serra Mecula


Um grupo de Furriéis do BCaç. 2914 em visita à Serra Mecula, ao local onde esteve instalado o primeiro aquartelamento de Mecula.


Faziam parte do grupo, os Furriéis da CCS: Saraiva, Ramos, Lourenço (CCaç.2707), Borrego, Valente, Henriques e Fernando Ferreira (Almeida fez de fotógrafo, está na foto de cima junto ao Lourenço).
Nem toda a gente teve o privilégio de visitar este local dado que era necessário fazê-lo de uma forma organizada, pelos motivos óbvios de segurança.
Apesar do belo passeio e do piquenique, era obrigatório ir armado e preparado para responder a uma possível emboscada (1970-1972).

Junto à antiga Administração, na encosta da serra Mecula, foi aqui que existiu o primeiro aquartelamento de Mecula onde esteve o pelotão do alferes Vaz Lourenço da Companhia de Caçadores de Marrupa (1961).

As fotos são uma contribuição de José Saraiva e Vaz Lourenço.

domingo, 25 de outubro de 2009

Aquartelamento antigo de GOMBA

No ano de 1962 o aquartelamento de Gomba estava perfeitamente enquadrado na paisagem local, com a mesma arquitectura das palhotas da população do aldeamento.
Imaginável para quem viveu naquelas construções de blocos de betão e chapa de zinco ou os "menos favorecidos" que viveram nos "bidonville" tipo Lussanhando !

Esta foto faz parte de colecção de Vaz Lourenço.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aquartelamentos antigos do Niassa

A foto mais original de um aquartelamento antigo do Niassa, uma autêntica relíquia da história militar da Serra Mecula !
Palhotas, soldados com capacete de aço, farda caqui... calções... a porta de armas !
Eram assim os aquartelamentos no melhor estilo colonial. Era aqui a sede da Companhia de Caçadores de Marrupa em 1961.
As primeiras tropas a chegar à Serra Mecula (pelotão do alferes Vaz Lourenço) pertenciam a esta unidade militar com sede em Marrupa.

Esta foto é mais uma contribuição de Francisco Vaz Lourenço.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mecula - Centro Histórico !

Pouca gente, da muita gente que "visitou" Mecula, conheceu este "bairro" !
Se não tivesse sido destruído seria o "centro histórico" de Mecula.
Foi aqui que funcionou a antiga Administração, ficava na encosta da serra, era um local encantador.
Foi aqui o primeiro aquartelamento do pelotão do alferes Lourenço da Companhia de Caçadores de Marrupa (1961).
Continuamos sem saber quem mandou destruir estas casinhas, talvez na altura da mudança do quartel para o sopé da serra (???).
Alguém um dia vai explicar-nos... a começar pelos camaradas da Cart 636 que foi a primeira companhia a instalar-se em Mecula e que construiu a capela a Santa Bárbara...

A foto é uma contribuição de Vaz Lourenço.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O futebol de Mecula em 1967 - 68

As duas equipas de Mecula no campeonato de 1967-68, da Companhia de Caçadores 1653 do Batalhão de Caç. 1906 com sede em Marrupa.

Esta foto faz parte da colecção de Azenha Pires da CCaç. 1653

segunda-feira, 7 de setembro de 2009