António Manuel Morais, advogado em Lisboa, escritor, benfiquista ferrenho, é um caçador de longa data.
No ano de 1999, depois de ter realizado um safari em África, publicou numa revista conceituada do mundo cinegético uma série de artigos sobre a suas experiências com caça grossa.
Nessa revista, escreveu o seguinte sobre a sua passagem por terras de Mecula:
" Usei espingardas de carregar pela boca, experimentei espingardas de um e de dois canos, construidas de forma artesanal, e por aí andei até chegar à altura de servir a Pátria no Norte de Moçambique, como alferes ranger.
Havia de tudo nos sítios onde era possível caçar, desde pombos verdes a rolas, coelhos e todo o género de animais de grande porte ou da chamada caça grossa, onde primavam elefantes, leões, leopardos, hipopótamos, crocodilos e muitas espécies de antílopes.
Tive por isso oportunidade a atirar com a velha Mauser que estava distribuída aos cipaios, e com ela fazer autênticas maravilhas.
Quem um dia viveu no mato em África, fica para sempre com a nostalgia desse continente.
Quem um dia viveu no mato em África, fica para sempre com a nostalgia desse continente.
Não existe qualquer outro local da Terra onde o pôr do sol, os sons emitidos pela floresta, o sossego e o nascer de um novo dia, nos causem uma impressão tão doce e tão maravilhosa como nas terras africanas, mais própriamente no seu interior.
Quando na protecção a colunas de reabastecimento de unidades militares, algures no Niassa, entre o Lugenda e o Rovuma, tínhamos por hábito levar uma caçadeira, porque muitas vezes à passagem das berliets, as galinhas saltavam aos bandos de vinte ou trinta e com dois tiros, duas ou três acabavam por tombar e ser comidas na tasca do cantieiro, que como outros deve ter desaparecido do mapa !
Não sabíamos temperá-las, a carne ficava sempre dura, e mesmo assim, com vinte anos ou pouco mais, até os ossos marchavam porque fome era mato" ! - (fim de citação)
Nós que conhecemos o ex-alferes Morais da CCaç. 2707 do BCaç. 2914, temos a certeza que foi nas picadas de Mecula até Gomba que o nosso amigo apanhou o “bichinho” da caça grossa.
Henrique Galvão, em Ronda de África, descreve as terras de Nantuego como a África profunda que jamais viu em sitio algum, e ele que se fartou de viajar pelo continente africano.
No ano de 2009, ainda havia galinhas do mato algures perto do rio Lugenda.
Meu caro amigo Morais, quando é que voltamos lá... apanhar meia dúzia de galinhas... agora que você já apreendeu a cozinhá-las !
Também pode levar a sua Remington 338.
Ficamos à espera da sua resposta !
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