quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Poema de um Amigo !

(Clicar com o rato para ampliar e conseguir ler o poema)

António Rosa, escreveu assim:
Estimado Fernandes
Prometi no meu último correio que seguiria "dando guerra" e aqui estou com esse propósito, e como prova, envio-te este poema, escrito pelo amigo e ex-companheiro Tenente Coronel Adriano Miranda Lima que,em 1972 ,era o capitâo comandante da CART 3558/BART3887.
Espero que consideres interessante a sua publicação no blogue, como homenagem aos companheiros do BART3887 e a todos aqueles que por essas longínquas terras passaram ".

Desde Málaga-Espanha um abraço do amigo

António Rosa, ex furriel mecânico de armas da CCS do BArt.3887.

Este post é dedicado a todo o pessoal do BArt. 3887, com belíssimo poema sobre terras de Mecula .

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os HORRORES da guerra !

Dois protagonistas desta história, João Maçãs e Ernesto Fernandes.


Às sete da manhã saiu-lhe o "totobola" e às onze o "euromilhões" !



O helicoptero que fez a evacuação do Cardoso


Não tenhamos medo das palavras, para mim foi a maior "cena de horror" da guerra ter que ajudar o enfermeiro da 2707 a tirar o Cardoso (condutor) do Unimog depois de rebentar a mina.
Pegar ao colo no "meu condutor de há cinco minutos atrás", a jorrar sangue com as duas pernas amputadas acima do joelho, é a imagem que tenho gravada na memória e que me persegue há quase quarenta anos!
Recordo que a primeira coisa que fiz foi por a mão nas minhas pernas, e gritar: Meus Deus, eu estou vivo... se não mudo de viatura... nem uma orelha se aproveitava ( a mina tinha rebentado do lado direito da viatura) !
A "culpa" de eu estar vivo foi do Maçãs, fez-me sinal para eu vir para a última viatura um "Pincha Mercedes" onde viajava a minha secção de Sapadores. Havia rapazes a chorar pela desgraça dos camaradas queimados na outra mina das sete da manhã, nós tínhamos vindo em seu socorro e preparar a sua evacuação.

O Cardoso veio a falecer durante a viagem a caminho do Hospital. Para o Cardoso que Deus tem, vão as minhas orações, Paz à sua Alma!

Vou contar a história toda deste episódio, no Arquivo da Serra

Um texto autobiográfico de:
Ernesto Penedones Fernandes
Ex- Furriel Miliciano Sapador do BCaç. 2914

domingo, 2 de agosto de 2009

POST INFORMATIVO - (I)

Nos últimos dias lançamos apelos na Blogosfera a todos aqueles que estiveram em Mecula, ou em aquartelamentos no distrito de Mecula, para entrarem em contacto com o blogue Serra Mecula.
É com grande satisfação que anunciamos ter já vários contactos com camaradas veteranos de guerra, de vários Batalhões e Companhias, com documentos publicados na internet e que esperamos dentro em breve tê-los como colaboradores do nosso Blogue.

Ainda hoje, tivemos conhecimento que afinal houve tropas em Mecula antes da Cart 636.

Oportunamente faremos um post sobre este tema, e vamos acrescentar nas unidades militares de Mecula essa Companhia logo que tenhamos a informação confirmada.

Agradecemos a todos que queiram entrar em contacto connosco , façam o favor de utilizar o mail : serramecula@gmail.com.

Só assim nos permite manter os contactos futuros das pessoas visadas com o Blogue, e também dar a hipótese de troca impressões entre pessoas que tenham estado no mesmo local.

Por norma só temos publicado os testemunhos e depoimentos depois de obter a autorização dos intervenientes, por essa razão temos todo o interesse em ter o vosso endereço de mail.


Obrigado pela vossa ajuda
O Gestor do Blogue
Ernesto Fernandes




sábado, 1 de agosto de 2009

Os PIONEIROS de Mecula - (1)

A primeira unidade militar de Mecula, no período da guerra colonial, foi um Destacamento da Companhia de Caçadores de Marrupa.
O Alferes Miliciano Francisco Vaz Lourenço, que comandava o pelotão que se instalou em Mecula no ano de 1961, torna-se assim no 1º CMDT de tropas a chegar à Serra Mecula.

No seu primeiro contacto com o nosso blogue, escreveu assim:
"Depois do Cap. Curado que na 1ª Guerra travou no cimo da serra de Mecula uma batalha com os alemães, fui o 1º "comandante" que de Junho de 1961 até Abril de 1962, "ocupou" com o meu Pelotão a Serra de Mecula; regresso a Marrupa em Abril, onde estava a Companhia, para em Outubro de 1962 avançar com o Pelotão para Gomba, onde estive até fins de Abril de 1963, quando terminei a minha comissão em rendição individual !!!
Sou o Francisco Vaz Lourenço, Alf. Mil. da Companhia de Caçadores de Marrupa.
Um abraço para todos os que passaram e sofreram, e honra aos que a morte terá levado. Gostaria de conversar com alguém que se disponha a fazê-lo.
Vaz Lourenço----Castelo Branco
" - (fim de citação).

Vai ser interessante sabermos (48 anos depois...), como era Mecula naquele tempo, como passavam o rio Lugenda, que tipo de armamento usavam (não havia G3), que tipo de viaturas tinham..., que comiam diáriamente (não devia haver pista de aviação...), etc, etc...
Aguardemos o próximo capítulo dos PIONEIROS de Mecula.

"Gente Grande" em Mecula



O Governador Geral de Moçambique ( fala ao megafone), do lado direito o Governador do Niassa. Do lado esquerdo um oficial general, oficiais superiores... chefes das comunidades locais...."todo o mundo VIP " foi a Mecula em 1969.

Governador Geral: Baltazar Rebelo de Sousa
Governador do Niassa: Coronel Melo Egídio

"Gente Grande" era um termo usado pelas populações locais, quando se referiam a figuras com cargos importantes no Estado.

O Bispo que foi a Mecula

O Bispo e as Autoridades Militares na cerimónia de inauguração.



D. Eurico Dias Nogueira, Bispo de Vila Cabral desde o ano de 1964, visita Mecula em Julho de 1969 e celebra missa campal com a presença das forças militares em parada.





Assiste à missa "Gente Grande", é dia de festa em Mecula.



Imagens da celebração eucarística na "praça" do Monumento.


O BCaç. 2836 tinha feito obras importantes que mereceram uma cerimónia de inauguração com pompa e circunstância.

As fotos são de Júlio Marques, do BCaç. 2836, um dos participantes nesta cerimónia.