domingo, 31 de maio de 2009

Ordem para picar e não arriscar

Na picada do Candulo para o Chiulézi logo a seguir à pista de aviação, no dia 26 de Setembro de 1971.
No dia 24 já tínhamos desactivado mais duas minas de Mecula até ao Candulo.
A equipa da escolta que picava naquele dia, era comandada pelo furriel Cobra da C.Caç 2707.
De facto, a Frelimo tinha anunciado na rádio que ia comemorar o 25 de Setembro em grande, nós acreditamos na ameaça... e picamos todo o caminho.
Há dias de sorte!

Esta foto foi tirada pelo meu amigo furriel Gomes da C.Caç 2705 aquartelada no Chiulézi.

As coisas começam a complicar-se...

Esta Berliet rebentou na picada de Mecula para o Candulo junto às chamadas pedreiras do Candulo, uma zona montanhosa onde a picada passava pelo meio de uns morros... um local de meter respeito ao mais valente..



A primeira Berliet minada na picada de Mussoma - ponte do Lugenda até Mecula, junto ao cruzamento do Cuchiranga, no segundo semestre de 1971.

Felizmente ninguém fico ferido.... foi só prejuízo na viatura e na farinha, por ter rebentado na roda traseira...

Mecula Safaris



Um búfalo abatido pelo grupo de caçadores moçambicanos contratados pelo quartel de Mecula.
Quase todos os dias uma secção de militares levava de madrugada ao mato os caçadores e depois faziam a sua recolha ao final do dia. Era uma grande zona de caça... o distrito de Mecula é actualmente uma das maiores reservas de animais bravios do mundo!

Tudo correu tão bem... até ao fatídico dia 22 de Novembro de 1971, junto à ponte dos caçadores na picada de Nantuego, em que rebentaram duas minas em dois Unimogs a gasolina com consequências terríveis: houve um camarada morto e vários feridos com queimaduras graves tendo sido necessário vir de Mueda dois helicópetros para evacuar tanta gente.

A ponte dos leões


O Reis a orientar a carga da madeira na Berliet


O furriel Rodrigues mantém a segurança... enquanto o Reis e o Anselmo, ambos sapadores trabalham com o clássico traçador e também pode ver-se o machado na posse do jovem moçambicano.



Neste pequeno pontão feito com troncos de árvores, a única matéria prima abundante ao dispor dos sapadores de infantaria, pode verificar-se o trabalho elaborado do encaixe dos troncos a corte de traçador e machado por forma a garantir uma certa consistência do encontro da ponte.
Motoserras nem pensar.......... além de avariarem....... o barulho ensurdecedor.... ouvia-se a quilómetros de distância representando assim um perigo acrescido!


Todas as pontes tinham uma história para contar... esta ficou a chamar-se a ponte dos leões, porque ainda no tempo do coronel Correia Dinis fomos apanhados a andar de tractor atrás de um leão! Loucuras de checas!
A ponte situava-se na picada de Mecula até ao cruzamento do Candulo.

Uma coluna


A coluna prestes a sair de Mecula, fazem os últimos preparativos.

Na época da queimadas

Uma queimada na serra de Mecula, o fogo veio do lado da picada do Candulo.



Depois da fumarada, ao cair da noite... veio o fogo.

Quartel de Mecula : As viaturas


O parque estacionamento das viaturas, uma das torres de vigia e lá ao fundo a serra Mecula.

Mecula : o parque residencial


Do lado direito da igreja, debaixo das mangueiras ( árvores de fruto das mangas ), situavam-se as chamadas "flats" uma espécie de apartamentos para os oficiais que trouxeram a família para a guerra!

A avenida do quartel


A casa do Administrador de Posto, lá ao fundo... a cantina do Carlindo.

O aldeamento de Mecula

O aldeamento era muito bem organizado, sempre varrido, aqui não há lixo no chão... de fazer inveja a muitas cidades europeias!


Um fontenário em Mecula... a maior riqueza de Mecula... a água "encanada" vinha da serra onde havia, uma captação superficial, um tanque de decantação e chegava ao quartel através de uma tubagem de polietileno de duas polegadas! Grande luxo, na guerra e em África!

O posto Administrativo de Mecula


Situado na "praça" principal de Mecula.

Mecula: Casa paroquial

A "mansão" do capelão Zé Maria.

Mecula : A igreja


A "catedral" do capelão Zé Maria.

A casa da Professora


A casa da Professora em 1970-72

(Alguém se recordou que afinal era a casa da professora, a escola fica mais atrás.)

O futebol em Mecula


O magnífico "estádio" de Mecula, obra realizada pelos nossos amigos da engenharia militar quando passaram em Mecula a caminho do Lussanhando para abrirem uma picada.

sábado, 30 de maio de 2009

Serra Mecula : Visitantes da serra

Um habitante de Mecula, com o seu traje da religião muçulmana


O monumento aos mortos de Mecula no tempo colonial


O Telmo e os furriéis da CCS do B.Caç 2914 e da C.Caç 2007 no dia que foram visitar o alto da serra Mecula.

Declaração de Princípios do Serra Mecula

Por deficiente redacção da nossa proposta inicial, a qual não traduzia bem o espírito com que foi criado este blogue, fomos obrigados a tornar mais explicita a nossa proposta de declaração de princípios e com esta nova redacção:


DECLARAÇÂO de PRINCIPIOS do Blogue SERRA MECULA:

1- O objectivo deste blogue é apenas a divulgação universal da história militar de Mecula, e realçar os serviços prestados à Pátria por uma geração de portugueses que estiveram sujeitos aos horrores da guerra colonial.

2- Os documentos publicados no blogue podem ser utilizados por terceiros para fins não lucrativos, podendo ser replicados e usados na elaboração de outras obras que visem o mesmo objecto, desde que se respeitem os princípios da ética e do movimento "bloguista" com a divulgação do nome do autor e da obra.


3- Cabe a cada um dos Visitantes da Serra (Contribuidores) decidir sobre o conteúdo dos testemunhos e documentos que pretende ver tornados públicos e informar o gestor do blogue dessa vontade, antes da sua publicação; assim como decidir em relação aos direitos de autor nos casos não previstos no ponto dois.

O gestor do Blogue
Ernesto Penedones Fernandes